Os principais vilões da inflação no mês passado foram os gastos com os grupos Alimentação e Bebidas e Transportes. Os dois grupos foram responsáveis por uma contribuição de 0,56 ponto porcentual para o índice geral, o que equivale a 67% do IPCA em janeiro. O grupo de Alimentos e Bebidas representou 0,27 ponto porcentual do IPCA, enquanto o de Transportes foi responsável por 0,29 ponto porcentual.
Mesmo com alta considerável em janeiro (1,16%), o grupo dos alimentos teve variação menor que a registrada em dezembro (1,32%). Em decorrências das fortes chuvas que castigaram as lavouras da região serrana do Rio de Janeiro, os alimentos registraram alta mais expressiva na metrópole, de 1,86%. Alguns dos subitens que compõe o grupo dos alimentos registraram queda em relação a dezembro, como refeição em restaurantes, de 1,98% para 0,97%; frango inteiro, de 4,81% para 0,93% e açúcar cristal, de 2,06% para 1,59%. No entanto, contabilizaram alta o tomate (8,86% para 27,11%) e as frutas. "A alta menos acentuada do grupo de alimentos e bebidas no IPCA deverá ser verificada em fevereiro também. Mesmo em estágio incômodo, dificilmente este item voltará aos patameres, por exemplo, de novembro, em que registrou variação de 2,2%", afirmou Fabio Romão, economista da LCA Consultores.
O índice engloba a variação de preços para famílias com rendimentos mensais de 1 a 40 salários mínimos, residentes nas principais áreas urbanas do País. O IPCA também é o índice oficial utilizado pelo Banco Central para cumprir o regime de metas de inflação, determinado pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). O centro da meta de inflação para 2011 é de 4,5%, com margem de tolerância de dois pontos porcentuais para cima ou para baixo.
Expectativas para 2011
Para Romão, o item transportes, mais especificamente os subitens ônibus urbano e combustível, devem perder força ao longo do ano, já que são pressionados sazonalmente. No entanto, em fevereiro, a projeção para a variação do IPCA é ainda maior, em decorrência do aumento dos custos da educação. "O IPCA poderá variar 0,93% neste mês, devido a uma alta de 5,5% no grupo educação", afirmou.
As expectativas do mercado em relação ao aumento do IPCA em 2011 são distintas e podem ir de 5,1% a 6%. A despeito das diferentes metodologias adotadas por bancos e consultorias ao projetar o índice, há consenso no mercado em relação ao item que mais influenciará o aumento do IPCA neste ano. "Acreditamos que o setor de serviços será determinante para a alta do IPCA. Projetamos desaceleração do grupo apenas a partir de março, mês que marcará o ápice da sua variação (8%)", afirmou Romão. Na elaboração das projeções, a LCA Consultores leva em consideração cortes dos gastos públicos e reajuste do salário mínimo a 550 reais.
INPC - O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que apura a inflação para famílias com rendimento mensal de 1 a 6 salários mínimos, foi de 0,94% em janeiro, ante 0,60% em dezembro. O INPC é utilizado em geral para os reajustes salariais.
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