sexta-feira, 29 de abril de 2011

Fabricante de eletrônicos Gradiente deve voltar ao mercado

A tradicional fabricante de produtos eletroeletrônicos Gradiente deve voltar ao mercado, após quase quatro anos sem lançar um único produto, informa reportagem de Mariana Barbosa, publicada na edição desta quarta-feira da Folha.

A marca sofreu enorme desgaste ao vender, nos últimos meses antes de encerrar a produção, em 2007, produtos com baixa qualidade e por não providenciar assistência técnica quando eles quebravam.

Devido aos problemas, chegou a ser banida de alguns Estados, como Mato Grosso, e enfrentar cerca de 50 mil processos judiciais de consumidores em todo o Brasil.

Fundada em 1964, a empresa acumulou dívidas de R$ 284 milhões, entrando em processo de recuperação judicial no ano de 2008.

Nokia cortará 7.000 empregos para reduzir custos

A Nokia vai eliminar 7 mil empregos e terceirizar suas operações relacionadas ao software Symbian buscando reduzir custos em 1 bilhão de euros (US$ 1,46 bilhão), em meio às dificuldades para competir no aquecido mercado de smartphones.

A Nokia, maior fabricante mundial de celulares em termos de volume, detalhou nesta quarta-feira uma reestruturação de seus negócios, o que incluirá a demissão de 4 mil funcionários e a tranferência de outros 3 mil para a empresa de serviços de tecnologia Accenture, totalizando 12% do seu quadro de trabalhadores na unidade de telefonia.

A Accenture assumirá as operações do Symbian e auxiliará no desenvolvimento de futuros smartphones, incluindo os aparelhos que contarão com a plataforma Windows, da Microsoft. O negócio permitirá à Nokia reduzir custos anuais com pesquisa e desenvolvimento em 1 bilhão de euros, ou 18 por cento, até 2013, cifra que atingiu 5,65 bilhões de euros no ano passado.

A Nokia já havia anunciado em fevereiro que passaria a utilizar o Windows em vez de sua plataforma própria. A participação de mercado em smartphones tem diminuído bruscamente nos últimos anos, perdendo espaço para a Apple, entre outras fabricantes.

A companhia informou que a maior parte das 4 mil demissões ocorrerá na Finlândia, Dinamarca e Grã-Bretanha, sendo que os trabalhadores continuarão sendo pagos até o final deste ano. Na Finlândia, onde a Nokia está sediada, serão eliminados 1.400 postos.

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Facebook entra no mercado de compras coletivas

O Facebook começou nesta terça-feira a oferecer a usuários de cinco cidades nos Estados Unidos cupons de desconto em vários tipos de serviços, desde degustação de vinhos a ingressos para shows, aumentando a rivalidade em um mercado que já era muito competitivo.

Os cupons de desconto, que usuários da rede social podem comprar diretamente no serviço, oferecem preços menores ou acesso a bens com disponibilidade limitada. O Facebook ficará com uma parcela do valor de cada transação, embora a companhia não tenha revelado a porcentagem.

Com o novo serviço, o Facebook se torna a última grande empresa da internet a estrear no mercado de compras coletivas, cujo pioneiro foi o Groupon há alguns anos. Na semana passada, o Google começou a fazer publicidade de um novo serviço de descontos chamado Offers para usuários de Portland, no Oregon, com planos de expandi-lo para São Francisco e Nova York, e a Amazon.com investiu 175 milhões de dólares na LivingSocial em dezembro.

O Facebook, maior rede social do mundo com mais de 500 milhões de usuários, está apostando que a interação social ajudará a distingui-la das dezenas de companhias que atualmente oferecem compras coletivas. Os cupons oferecidos no Facebook são especificamente designados para atividades em grupo, como rafting em rios, em vez de itens para somente um indivíduo, como um par de jeans com desconto. Os usuários do Facebook podem recomendar compras interessantes para seus amigos no serviço.

"Não é como se simplesmente pegássemos o modelo de negócios de outra empresa e o forçássemos a se adequar ao Facebook", disse Emily White, diretora de produtos locais do Facebook.

LG anuncia lucro no 1º trimestre; prejuízo com celulares recua

A LG Electronics anunciou seu primeiro lucro em três trimestres.

A terceira maior fabricante mundial de celulares informou que prevê resultados melhores no futuro, porque conseguiu deter a queda de suas margens no competitivo mercado de celulares. A divisão de celulares da LG deve sair do vermelho neste trimestre, com a ajuda de novos produtos como o Optimus 2X e o Optimus Black, no segmento de alto preço.

A companhia enfrenta séria batalha contra pesos pesados como a Apple, que ultrapassou a Nokia no trimestre passado como maior fabricante mundial de celulares, pelo critério de receita, devido às fortes vendas do iPhone. A LG, também segunda maior fabricante mundial de TVs, reportou lucro operacional de 131 bilhões de won (US$ 121 milhões) no primeiro trimestre, abaixo da projeção média de 149 bilhões de won de lucro registrada pela Thomson Reuters

O lucro da companhia caiu a menos de um terço dos 481 bilhões de won registrados no mesmo período do ano passado, devido às fracas vendas de televisores e ao prejuízo continuado de sua divisão de celulares causado pela falta de novos modelos de celulares inteligentes. No entanto, a companhia avançou com relação ao prejuízo recorde de 246 bilhões de won registrado no trimestre anterior.

Os prejuízos operacionais com as vendas de celulares se estreitaram a 101 bilhões de won, ante os 262 bilhões de won do quarto trimestre, e sua divisão de televisores subiu a um lucro de 82 bilhões de won depois do prejuízo de 65 bilhões de won no trimestre precedente. A LG está apostando nos dois modelos premium do Optimus Black e Optimus 2X, que usam poderosos processadores de núcleo duplo para melhorar a velocidade nos jogos e acesso à Internet, como forma de ajudá-la a sair do vermelho, mas continua a enfrentar forte concorrência.

A Samsung revelou uma nova versão de seu principal modelo de celular, o Galaxy S, esta semana, e a Apple está realizando vendas recorde do iPhone, com 18,65 milhões de unidades embarcadas no trimestre passado. "Eles [LG] continuam atrás da Samsung e da Apple, mas comparada à sua linha anterior de celulares inteligentes, os modelos premium recentes parecem ter vantagens competitivas," disse S. R. Kwon, analista da Dongbu Securities.

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Usuários se enfurecem com Sony após invasão à rede do PlayStation

A Sony alertou que criminosos virtuais roubaram nomes, endereços e possivelmente detalhes de cartões de crédito de 77 milhões de contas de usuários de sua rede on-line de videogame, em uma das maiores violações de segurança já ocorridas na Internet.

A gigante japonesa suspendeu as operações da rede em 19 de abril depois de descobrir a violação da PlayStation Network, serviço que gera receitas anuais estimadas em US$ 500 milhões. A Sony não revelou o roubo de dados ao público até a terça-feira, horas depois de ter exibido seus primeiros computadores tablet, no Japão.

A demora da Sony em divulgar o roubo causou furor nos usuários da rede, quase 90% dos quais localizados na Europa ou Estados Unidos, e pode levar alguns deles a usar aparelhos concorrentes como o Nintendo Wii ou o Microsoft Xbox.

"Se vocês comprometeram minhas informações de crédito, jamais as receberão de novo", dizia uma mensagem no blog da PlayStation Network, vinda de um usuário chamado Korbei83. "O fato de que vocês terem esperado todo esse tempo para divulgar essa informação aos seus usuários é deplorável. Uma vergonha", afirmou.

Em mensagem publicada no blog do PlayStation nos EUA, a Sony afirma que "uma pessoa não autorizada e ilegal" obteve nomes, endereços, endereços de e-mail, datas de nascimento, nomes de usuário, senhas, logins, perguntas de segurança e outros dados. Uma porta-voz da Sony informou que, depois da empresa ter descoberto a violação, foram necessários "diversos dias de investigação forense" para que soubesse que dados de usuários foram comprometidos.

Os executivos da Sony não mencionaram a crise na rede durante o lançamento dos tablets em Tóquio, ou em conversa posterior com os jornalistas. Os tablets, que vem em dois tamanhos, serão os primeiros a permitir o uso de jogos do PlayStation e são o símbolo do ambicioso esforço da Sony para concorrer com o Apple iPad, lançado um ano atrás. A Sony é a mais recente companhia japonesa a sofrer críticas por não revelar más notícias rapidamente.

A Tokyo Electric Power foi criticada pela sua condução da crise nuclear depois do terremoto de 11 de março. No ano passado, a Toyota Motor também sofreu críticas por sua falta de franqueza quanto a problemas relacionados a um imenso recall de veículos.

O senador democrata dos EUA Richard Blumenthal enviou uma carta para a Sony pedindo para a empresa explicar porque não alertou mais cedo os usuários do PlayStation sobre a invasão. A Sony também informou a violação ao FBI, publicou o jornal "New York Times". O fechamento da rede PSN impede que os usuários do console da Sony comprem e baixem jogos e também torna impossível a disputa de jogos on-line pela internet.

UMA SEMANA

A Sony informou que pode restaurar alguns serviços da rede dentro de uma semana e criou uma página de dúvidas em seu site para lidar com as dúvidas sobre a PSN. Alan Paller, diretor de pesquisa do SANS Institute, afirmou que a falha pode marcar o maior roubo de informações pessoais já registrado.

A rede on-line foi lançada em 2006 e oferece jogos, músicas e filmes para usuários do PlayStation. A PSN tinha 77 milhões de usuários registrados até 20 de março, disse um porta-voz da Sony. Analistas afirmaram que apesar da Sony ter alertado os usuários sobre a violação, a companhia não deu informações sobre como os dados foram comprometidos.

"Esta é uma enorme falha de segurança de dados", disse o analista Michael Pachter, da Wedbush Securities, que estima que a Sony gere US$ 500 milhões em receita anual com o serviço. "A maior questão para a Sony é como o criminoso vai usar as informações que foram ilegalmente obtidas".

A Sony contratou uma "empresa de segurança reconhecida" para investigar a violação. A companhia informou que as informações das contas dos usuários da PlayStation Network e do serviço Qriocity foram comprometidas entre 17 e 19 de abril. A companhia japonesa não quis comentar o assunto ou se está trabalhando com autoridades.

Paller suspeita que os ladrões entraram na rede ao assumirem o computador de um administrador de sistema, que tinha direitos de acesso a informações sensíveis sobre os usuários do serviços da Sony. O acesso provavelmente foi conseguido por meio de envio de um e-mail ao administrador que continha códigos maliciosos que acabaram infectando o computador.

terça-feira, 19 de abril de 2011

RIM lança tablet PlayBook nos EUA e Canadá

A Research in Motion (RIM), produtora dos celulares BlackBerry, lançou seu aguardado computador tablet nas lojas dos Estados Unidos e Canadá nesta terça-feira, em batalha para conquistar usuários do iPad, da Apple.

A aposta não poderia ser mais alta para a companhia canadense, que viu o BlackBerry dominar o mercado de celulares inteligentes para depois ver o aparelho enfrentar dificuldades na concorrência contra o iPhone e os diversos aparelhos acionados pelo sistema operacional Google Android.

O lançamento do PlayBook, porém, não contou com críticas positivas; o tablet só permite acesso à Internet por rede WiFi e não conta com os aplicativos de email e agenda que são a marca registrada da RIM. O aparelho precisa estar ligado a um BlackBerry para acessar esses serviços. No entanto, redes de varejo como a Staples e a BestBuy afirmam que as pré-encomendas sólidas do aparelho sugerem existir demanda reprimida por uma alternativa de alta capacidade ao iPad.

Cerca de 20 mil lojas nos EUA e Canadá estão oferecendo o PlayBook e o aparelho também será vendido diretamente a empresas.

Alguns observadores dizem que é injusto comparar os concorrentes ao iPad, que iniciou o mercado de tablets ao ser lançado em abril do ano passado. A Apple vendeu quase 15 milhões de iPads em 2010, e a RIM deve vender cerca de 3 milhões de PlayBooks ao longo de um período semelhante em 2011, de acordo com 18 analistas pesquisados pela Reuters.

"Não é um produto que jogue na mesma liga que o iPad", disse Al Hilwa, analista da IDC em Seattle. "A questão é determinar se venderá mais que o Xoom, mas menos que o Galaxy", disse ele, em referência aos tablets acionados pelo Android produzidos por Motorola e Samsung.

Demonstrando o quanto é difícil gerar entusiasmo semelhante ao dos lançamentos da Apple, a Staples Canada abandonou o plano de abrir suas lojas à meia-noite e optou por um lançamento mais discreto, iniciando às 7h desta terça-feira.

"Nossa ideia é que faz mais sentido para os clientes empresariais passar pela loja a caminho do trabalho", disse Pete Gibel, o vice-presidente de vendas da rede. "Abrir à meia-noite é mais para consumidores pessoa física."

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Presidente da Philips tira divisão de TVs da tomada

A Philips vai cindir sua divisão de televisores, na primeira medida do novo presidente-executivo, Frans van Houten, para impulsionar os resultados em queda da maior fabricante europeia de bens eletrônicos de consumo.

A Philips vai vender 70 por cento de sua deficitária divisão de televisores para a fabricante de monitores TPV, de Hong Kong. A empresa manterá uma participação de 30 por cento no negócio, criando uma joint-venture com a companhia asiática, mas tem a opção de vender essa participação no futuro. O grupo holandês, que já foi líder global em televisores, vem enfrentando dificuldades para concorrer com rivais asiáticos de menor custo tais como Samsung e LG Electronics.

Van Houten, especialista em reestruturação empresarial que assumiu como presidente-executivo este mês, declarou na segunda-feira que está avaliando a lucratividade das cerca de 400 áreas de negócios da Philips e que "vai tirar o cobertor" das unidades problemáticas, o que indica que outras áreas podem ser fechadas ou vendidas.

"Ainda não estamos com o motor funcionando bem. Há muito potencial inexplorado, na Philips", disse Van Houten à Reuters Insider. As ações da Philips abriram queda devido à notícia, mas depois se recuperaram em meio a uma ligeira queda do mercado. As transações com as ações da TPV foram suspensas a pedido da companhia, na segunda-feira.

A Philips não revelou o valor da transação, e disse que receberia pagamentos da TPV apenas posteriormente. Os 3,6 mil funcionários de sua divisão de televisores serão transferidos à companhia de Hong Kong. A TPV, que detém cerca de 33 por cento do mercado mundial de monitores para computadores, registrou alta de quase 20 por cento no seu lucro, em 2010.

"É uma notícia muito positiva", disse Sjoerd Ummels, analista do ING, sobre o acordo, acrescentando que "ficou claro que (Van Houten) vai resolver o problema das divisões retardatárias." Entre elas pode estar a de multimídia e equipamento audiovisual, que a Philips declarou pode ser fundida à sua unidade de estilo de vida e entretenimento, em Hong Kong.

O executivo afirmou que vai apresentar um novo plano estratégico para o grupo no segundo semestre do ano. Em três semanas no cargo, Van Houten abandonou meta de seu predecessor de aumento de dois pontos percentuais na receita anual acima do crescimento do PIB global entre 2011 e 2015. Ele citou que o desinvestimento em TVs e o impacto do terremoto no Japão, que interrompeu a rede de fornecimento de componentes para as áreas de saúde e iluminação.

A TPV tem cerca de 33 por cento do mercado mundial de monitores para computadores e teve um aumento de quase 20 por cento no lucro em 2010. A Philips mostrou seu primeiro aparelho de televisão na Holanda em 1928, mas a atual unidade de televisores da companhia representa menos de 10 por cento das vendas do grupo holandês. A empresa deixou de ser líder global no setor e enfrentou uma série de prejuízos de quase um bilhão de euros desde o começo de 2007.

A Philips também divulgou nesta segunda-feira que seu lucro líquido no primeiro trimestre caiu 31 por cento, para 138 milhões de euros, ficando abaixo de expectativa média do mercado, de ganho de 161 milhões, segundo pesquisa da Reuters.

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Por que R$ 1,2 bi pode ser pouco para o Magazine Luiza

A tão aguardada abertura de capital do Magazine Luiza pode render 1,215 bilhão de reais – o que a colocaria como o segundo maior IPO do ano, atrás apenas dos 1,5 bilhão obtidos pela Queiroz Galvão em fevereiro. O mercado, contudo, começa a fazer as contas – e a ter a impressão de que essa dinherama pode não ser bastante para os planos do Magazine Luiza.

O motivo é um só: comprar redes de varejo, como deseja o Magazine Luiza, está cada vez mais difícil e mais caro. Desde que o Pão de Açúcar deu início à onda de consolidação, comprando, primeiro, o Ponto Frio e, depois, associando-se à Casas Bahia, o setor entrou em ebulição.

O Magazine Luiza, para muitos observadores, demorou a reagir, enquanto assistia ao fortalecimento de rivais como a Ricardo Eletro e a Insinuante, que se uniram na Máquina de Vendas – grupo de varejo que, agora, é o segunda maior do país.

Atalho caro

Como o caminho mais rápido para encurtar a distância que se abre dos líderes é comprar empresas, o Magazine Luiza corre o risco de pagar caro. De acordo com Cláudio Felisoni, coordenador do Programa de Administração de Varejo da Fundação Instituto de Administração (Provar/Fia), as aquisições agora estão supervalorizadas.

A última aquisição realizada pelo Magazine Luiza dá uma mostra do que o espera. Em meados do ano passado, a empresa comprou a paraibana Lojas Maia por cerca de 300 milhões de reais. Considerando-se que a rede tem 150 lojas, o Magazine pagou cerca de 2 milhões de reais por loja.

Se a mesma lógica for aplicada a outras redes que poderiam  atrair o interesse da empresa, já é possível ter uma ideia de como 1,2 bilhão de reais podem não bastar. Uma candidata constante à aquisição é a Lojas Cem, que faturou também 1,2 bilhão de reais no ano passado. Com 181 lojas, sua compra custaria cerca de 360 milhões de reais – ou 30% dos recursos do IPO.
 
É claro que o Magazine Luiza pode optar por redes menores e fora de cidades badaladas, como São Paulo. Há pequenas redes no Centro-Oeste e Sul com menos de 100 lojas, e que poderiam atender à estratégia da empresa de buscar novos mercados. Mas, na prática, essas redes encurtariam muito pouco a distância que a separa dos líderes do mercado.
 
Caminho próprio

Em seu prospecto preliminar, o Magazine Luiza afirma que o dinheiro do IPO será dividido em quatro frentes: aquisições, expansão de lojas, abertura de novas lojas e capital de giro. A empresa não informou como pretende distribuir os recursos. Mas, ainda que destine a maior parte às aquisições, os recursos podem ficar apertados.

Isso colocaria o Magazine em um dilema estratégico. Para alguns especialistas, o melhor seria mesmo partir para aquisições. É o caso de José Lupoli Junior, sócio da Lupoli Junior Consultores Associados e professor da EACH/USP. “Trata-se da maneira mais adequada e rápida do Magazine Luiza expandir sua atuação no mercado”, diz.

Já para outros observadores, o melhor agora é a empresa apostar em suas próprias forças e expandir sua rede. “A rede deve dar preferência à racionalidade econômica, e o melhor que tem a fazer, neste momento, é investir em expansão da própria marca, antes de fazer qualquer aquisição”, Felisoni.

No prospecto, o Magazine Luiza reconhece essa necessidade, e afirma que há 240 cidades que já teriam porte para receber uma loja sua. Como cada unidade requer um investimento de cerca de 1,5 milhão de reais em obras, contratação de pessoal e treinamento, entre outros, chegar a todos esses locais demandaria cerca de 360 milhões de reais – ou também 30% do IPO previsto.

Podia ser melhor

É por essas contas que os especialistas começam a achar que 1,2 bilhão de reais pode ser uma quantia muito apertada para os planos do Magazine Luiza. Segundo uma fonte consultada por EXAME.com que conhece densamente o setor varejista e prefere não ser identificada, o valor é relativamente baixo diante do potencial da empresa.

“Francamente, esperava um volume maior. Pois, estamos falando de uma companhia que atua em um dos segmentos que mais se favoreceu com a movimentação de classes sociais nos últimos dois anos e ainda tem muito para crescer ao longo do tempo”, disse. O Magazine Luiza atende principalmente a classe C, camada que mais aumentou seu poder de compra nos últimos anos.
 

O valor estimado pelas ações da varejista deve variar entre 16 e 21 reais. “Se analisarmos a abertura de capital da Arezzo, por exemplo, as ações da companhia foram negociadas a 19 reais. A companhia conseguiu levantar, com o IPO, cerca de 550 milhões de reais”, afirmou o especialista.

É claro que a comparação entre o Magazine Luiza e a Arezzo é um tanto imprecisa, uma vez que são companhias que atuam em segmentos totalmente distintos. No entanto, serve como parâmetro para se ter uma idéia de que a varejista de produtos de eletro-eletrônicos poderia alçar vôos mais altos.

A presidente da empresa, Luiza Helena Trajano, foi treinada para o mundo das vendas desde a adolescência. Seu tino comercial a levou a assumir o comando da empresa da família ainda jovem. Agora, para continuar crescendo, Luiza precisa mostrar que não sabe apenas vender. Será preciso provar que ela também sabe comprar empresas e administrar bem os recursos que entrarão do IPO.

Fonte: revista Exame

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Microsoft apresenta queixa contra o Google à União Europeia

A Microsoft intensificou sua rivalidade com o Google ao apresentar uma queixa às autoridades antitruste da União Europeia alegando que o grupo de buscas prejudica sistematicamente os mecanismos concorrentes na Internet.

É a primeira vez que a Microsoft --também objeto de processos antitruste na Europa e nos Estados Unidos-- faz uma queixa às autoridades regulatórias por motivos de competição. No documento apresentado nesta quinta-feira a Microsoft alega que o Google se envolve em um "padrão de ações" que bloqueiam deslealmente a concorrência.

O Google detém mais de 90 por cento do mercado de publicidade vinculada a buscas na Europa, enquanto o Microsoft Bing enfrenta dificuldades para conquistar participação de mercado. O Google já está sendo investigado pela Comissão Europeia, devido a queixas de três pequenas empresas, uma delas controlada pela Microsoft.

O gigante de buscas não rebateu publicamente as alegações da Microsoft, mas demonstrou não estar excessivamente preocupado com a queixa. "Não nos surpreende que a Microsoft tenha agido assim, já que uma de suas subsidiárias era um dos queixosos originais," disse Al Verney, porta-voz do Google.

"De nossa parte, continuamos a discutir o caso com a Comissão Europeia e é uma satisfação explicar a qualquer interessado como funciona o nosso negócio," acrescentou. A Comissão Europeia afirmou que estudará as alegações da Microsoft.

"A Comissão recebeu a queixa e, de acordo com seus procedimentos, informará o Google e solicitará a posição da companhia quanto às alegações. Não prestaremos outras informações no momento," afirmou Amelia Torres, porta-voz da Comissão Europeia, em comunicado via email.

A queixa da Microsoft tornará mais importante a atual investigação da Comissão sobre o Google, segundo Christopher Thomas, advogado do escritório Hogan Lovells. "A presença da Microsoft como queixosa formal faz diferença. As três outras empresas são menores e não possuem os recursos e determinação da Microsoft," disse ele.

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Software online detecta falhas em currículo

Você já pensou duas vezes antes de encaminhar um e-mail para um recrutador? Seja pela possibilidade de cometer um dos erros fatais – sem perceber – ou não ter elaborado um currículo realmente convincente, a hesitação, às vezes, impera.

A empresa americana RezScore promete colocar um ponto final nesse frio na barriga. Gerrit Hall, CEO da companhia, criou um sistema capaz de analisar automaticamente as palavras e o formato do currículo para avaliar sua eficácia.

Para usar o aplicativo, disponível online, basta fazer o upload do seu currículo (em inglês) e clicar em “Get your RezScore”.

No minuto seguinte, o site fornece notas para seu currículo em itens como objetividade, impacto e profundidade. Além disso, o sistema lista as palavras mais fortes usadas do documento bem como algumas dicas para melhorá-lo. Confira: 

Tecnologia


Por trás desse sistema, está um algoritmo que combina uma série de recomendações de especialistas em recrutamento e diretores de RH sobre currículos com cálculos sobre com análises estatísticas e processamento de linguagem. A análise automática do currículo é gratuita.

A empresa também oferece um pacote de “reconstrução” do currículo que prevê correção gramatical, escolha de palavras mais fortes e melhoria do formato. O custo é de 49,95 dólares e o novo currículo é entregue em até três dias úteis.

Uma versão mais robusta desse pacote sai por até 99,95 dólares. Nesse caso, o candidato recebe um currículo que segue regras de SEO (para se tornar relevante nos sistemas de busca), além de análise de palavras chave e escolha de termos mais focados em negócios.

Por enquanto, o sistema só é disponível para currículos em inglês.

Rádio Itaú Rock in Rio entra no ar

Patrocinador master do Rock in Rio, o Itaú, em parceria com o Deep Beep, lançou uma rádio exclusiva sobre o evento. A Rádio Itaú Rock in Rio já está disponível aqui e oferecerá ao público a possibilidade de ouvir os hits das atrações que participarão da edição 2011 e das bandas que realizaram shows nas edições passadas.

A rádio terá listas organizadas por gênero musical - Rock, Pop, Heavy e Brasil -, além de uma ferramenta para que as pessoas criem playlists personalizadas. Todas as estações e playlists poderão ser compartilhar nas mídias sociais.

“Nosso objetivo como patrocinador master do Rock in Rio é proporcionar ao público uma experiência completa em torno do festival. Já estamos oferecendo condições especiais de venda dos ingressos e o lançamento da rádio é mais uma iniciativa que proporcionará a todos reviver momentos históricos dessa grande festa da música”, afirma Fernando Chacon, diretor executivo de Marketing do Itaú Unibanco.

Elton John, Red Hot Chili Peppers, Coldplay, Lenny Kravitz, Metallica, Motörhead, Guns N´Roses, Snow Patrol, Rihanna, Ed Motta, Mariana Aydar, Nação Zumbi, Marcelo D2, Stone Sour, Capital Inicial, NX Zero e Skank são apenas algumas das atrações confirmadas para a edição 2011 que terão músicas disponibilizadas na Rádio Rock in Rio. O festival acontece nos dias 23, 24, 25 e 30 de setembro e 1º e 2 de outubro no Rio de janeiro.

terça-feira, 12 de abril de 2011

Hyundai Blue2, um carro conceitual movido com célula combustível

Carro ecológico da Hyundai (Foto: Divulgação)

Os carros ecológicos são a nova aposta da indústria automobilística. Isso se deve a crescente demanda da sociedade por carros que consumam combustíveis alternativos à gasolina, que gera poluição nos grandes centros. Além disso, os novos carros contêm grande quantidade de eletrônicos, o que oferece mais conforto, dirigibilidade e segurança ao motorista.

A coreana Hyundai mostrou na CES 2011 (Consumer Eletronics Show, a maior feira de tecnologia do mundo) a sua mais nova tecnologia: Blue Link. Agora apresenta a sua utilização no novo carro conceito: o Blue 2, mostrado na Seoul Motor Show.

A tecnologia Blue Link é um conjunto de mais de trinta tecnologias atuando nos carros da Hyundai. No caso de algum acidente com o veículo, por exemplo, é transmitido o aviso do local por meio de coordenadas GPS e as condições do veículo às autoridades. Além disso, há tecnologias de navegação, dicas de lugares (como restaurants e cinemas), destravamento remoto de portas e, no caso de furto, é possível localizar o veículo também pelas coordenadas GPS.

Para o conforto do motorista, é possível aquecer ou resfriar o interior do veículo antes da partida por meio de controle remoto, algo que não pode ser feito hoje no seu veículo com ar condicionado. Atualmente a tecnologia é usada nos modelos Sonata e Veloster, da mesma montadora.

O carro conceito Blue 2 é movido por células elétricas de hidrogênio, o que significa que não há emissão dos poluentes comuns da queima de gasolina, como o dióxido de carbono que causa o efeito estufa. O motor do Blue 2 tem potência de 120 cavalos, com consumo de quase um litro de combustível em 35 quilômetros rodados, além de todas as tecnologias Blue Link.

Para os amantes de eletrônicos, o Blue 2 possui dois tablets Galaxy Tab, da também coreana Samsung, com navegação na Internet (3G) para os passageiros dos bancos traseiros. Ainda não se anime tanto, pois o Blue 2 é apenas um carro conceito e não estará a venda nas concessionárias da Hyundai. A montadora não divulgou data de lançamento para este veículo.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Apple prepara lote de iPads brasileiros

Em meio às negociações com o governo brasileiro por incentivos à fabricação de tablets, a Apple já enviou ao país os primeiros lotes de componentes para montagem local do iPad.

Um carregamento com componentes já está a caminho do Brasil em contêineres embarcados a partir da Ásia, que hoje concentra a fabricação dos produtos Apple.

A previsão de chegada é de até dois meses, tempo suficiente para que as várias instâncias de governo formalizem as políticas de incentivo.

Além de redução de 9,25% de PIS e Cofins, que a Apple poderia aproveitar com a classificação dos tablets como computadores - como já sinalizado pelo ministro das Comunicações, Paulo Bernardo-, há a possibilidade de a produção também ser beneficiada por incentivos fiscais dos Estados. Hoje, o ICMS aplicado sobre a cadeia de distribuição chega a 33%.

O candidato natural à produção da Apple é São Paulo, na região de Jundiaí e Indaiatuba, onde estão unidades da Foxconn, fabricante do iPad, do iPhone e do iPod. No Estado, o governo já ratificou benefícios fiscais para fabricantes de eletrônicos como isenção de IPI, redução de ICMS de 18% para 7% e incentivos sobre máquinas para a produção local.

Se a Apple decidir fazer do país um polo de exportação de seus produtos para a América Latina, poderá complementar os incentivos estaduais com as medidas federais já previstas para PCs.

"Esses incentivos combinados para a importação de máquinas e equipamentos poderiam permitir corte de preços de até 40% no preço do tablet", afirma Julio Semeghini, secretário de Gestão Pública de São Paulo.

O percentual estaria em linha com as expectativas da Apple. Hoje, se houver só a redução de PIS e Cofins, os iPads teria redução de apenas 5% no varejo. Segundo Semeghini, o governo estadual está empenhado em incentivar as empresas a fazer do Estado tanto um polo para exportação quanto um centro para abastecer o mercado interno.

MONTAGEM LOCAL

Esse primeiro lote de componentes tem a intenção de "testar" o mercado e vai gerar os primeiros iPads brasileiros enquanto acontece a negociação dos tributos. Eles devem ser produzidos nas fábricas já operacionais da Foxconn, que fabricam para Sony e HP, já que o volume inicial para iPad não deve ser expressivo.

Estudo da Apple no país mostra que há demanda por ao menos 5.000 iPads mensais. Se combinadas com incentivos, até questões sensíveis, como mão de obra -4,5 vezes mais cara que na China-, são resolvidas.

NEGOCIAÇÕES

O futuro da produção dos produtos da Apple no Brasil pode depender do encontro de Dilma Rousseff com o líder global da Foxconn, Terry Gou, na China. Está na pauta oficial reunião com Gou, que está interessado em trazer ao Brasil a produção de outros eletrônicos, incluindo o iPhone e o Mac.

Para fabricar os produtos, a Foxconn procura terreno em Jundiaí para montar nova unidade, na qual também poderia ser feito o iPad.

Red Bull e Faber-Castell promovem concurso de batucada com material escolar

A Red Bull realiza o concurso “Red Bull Tum Tum Pá” em parceira com a Faber-Castell. A ação consiste em uma competição mundial universitária de percussão com materiais escolares, como cadernos, lápis e canetas.

Cerca de 25 países participam das seletivas e os interessados devem formar equipes de quatro integrantes. Serão dois desafios musicais, um cover e uma composição própria, com um minuto de duração cada.

Os competidores receberão kits com produtos da linha Grip da Faber Castell para participar do concurso e os vencedores ganharão um case de violão com material escolar da empresa.

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Consumo na periferia de São Paulo cresce mais que no centro

Os gastos com consumo na periferia de São Paulo cresceram em um ritmo mais acelerado que no centro nos últimos cinco anos, segundo um estudo da consultoria Data Popular.

De acordo com a pesquisa, o consumo no centro cresceu de 55,383 bilhões de reais para 68,081 bilhões entre os anos de 2005 e 2010 – uma alta de 22,9%.

Já na periferia, o montante total dedicado ao consumo aumentou de 89,170 bilhões de reais para 144,122 bilhões de reais, um salto de 61,6%.

Embora a população residente na periferia tenha crescido no período – de 8,593 milhões para 8,945 milhões de pessoas –, o aumento de 4% foi muito inferior ao crescimento do consumo, o que indica que houve de fato um aumento no poder de compra da população residente nestas áreas. Já a área central registrou uma ligeira queda na população, de 2,028 milhões para 1,941 milhões de habitantes (4,3%).

Entre as categorias que registraram maior aumento de consumo estão higiene e cuidados pessoais (116,7% na periferia e 57,1% no centro); móveis e artigos para casa (86,7% na periferia e 33,3% no centro); alimentação fora do domicílio(54,3% na periferia e 12,5% no centro); alimentação no domicílio(15,4% na periferia e 1,5% no centro).

Na categoria eletrodomésticos, os consumidores da periferia foram na contramão dos do centro. Enquanto os primeiros consumiram 9,7% mais eletrodomésticos, os segundos registraram queda de 8,3% nas compras na categoria. O fortalecimento do consumo na periferia gera oportunidade para pequenos negócios localizados nestas regiões.

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Design thinking abre espaço para diferentes formações

Ebulição do mercado consumidor brasileiro puxa relevância do conceito de design thinking - metodologia para criar produtos, serviços e soluções com base nas demandas de mercado.

A chave do trabalho é decodificar os anseios (conscientes e subconsientes) dos consumidores e responder à necessidades ainda não percebidas pelo mercado.

“O profissional precisa ter a capacidade de se colocar no lugar da pessoa que vai usar o produto ou serviço”, diz Tennyson Pinheiro, diretor da LiveWork Brasil.

Nesse meio o tipo de formação fica em segundo plano. O que conta é o perfil de cada profissional. Essas características se desdobram em curiosidade, empatia com o consumidor, capacidade de trabalhar em equipe e facilidade para lidar com as pressões do mundo corporativo.

“Ele precisa saber tornar ideias etéreas em produtos concretos”, diz Anna Barroso, sócia da Ologia.

Geralmente, as agencias dedicadas a esse serviço trabalham com equipes multidisciplinares que mudam conforme o perfil do projeto em questão. Por isso, podem trabalhar na área de designers a engenheiros, passando por administradores, publicitários, biólogos, geógrafos, entre outros.

“É mais uma questão de habilidade do que de profissão”, diz Pinheiro.

A ESPM-SP possui dois cursos de extensão voltados para o tema. Além dela, outras instituições, como a FIA/USP, devem incorporar à sua grade de disciplinas cursos voltados ao tema.

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Produto deve se adequar ao consumidor, não o contrário, diz especialista

O modelo tradicional da empresa que cria seus produtos e depois tenta vendê-los a um público pouco definido está obsoleto. O melhor modo de crescer e vencer a concorrência é, primeiro, identificar qual é a demanda que vai gerar mais retorno, entender o que o consumidor quer e, só depois, criar o produto com esses pontos em mente. É essa estratégia que Rick Kash, fundador do The Cambridge Group, e David Calhoun, CEO da Nielsen, explicam no livro How Companies Win, ainda sem tradução para o português.

A obra, destacada pela revista americana Fast Company como um dos melhores livros de 2010 para donos de negócios, traz exemplos emblemáticos do modelo estratégico voltado para a demanda, definida na obra como “o que os clientes possuem em termos de necessidades e desejos – emocionais, psicológicos e físicos – que querem satisfazer, e têm o poder de compra para satisfazer”. Para eles, nem o melhor vendedor do mundo consegue vencer sem um produto pensado para um público específico.

Isso ocorre porque, no contexto da economia cada vez mais globalizada, as empresas deixaram de concorrer com suas conterrâneas para competir em um mercado amplo e de várias nacionalidades. E, para conquistar o consumidor em meio a tantas opções diferentes, o caminho é saber o que ele busca. “O passo principal para conseguir aplicar esse modelo de sucesso é reconhecer que cada um dos mercados e segmentos tem diferentes tipos de consumidores”, disse Rick Kash em entrevista a EXAME.com.

Esse princípio se aplica a todos os tipos de empresa e mercado, desde água engarrafada até produtos para animais de estimação, passando por alimentação e indústria automobilística, segundo Kash. Um carro não é apenas um carro, pois cada pessoa estabelece uma relação com ele. É nessa ligação que a empresa precisa encontrar suas melhores fontes de lucro.

Um exemplo que o autor cita de empresa que entendeu que não basta criar o produto e levá-lo a todos os lugares da mesma forma é a Gillette. Com o slogan “The best a man can get” (em português, “O melhor para o homem”) no mundo todo, a companhia percebeu que o público chinês não foi tão cativado pela campanha de marketing que ressaltava a vaidade do homem e sua atratividade em relação às mulheres. “Na China, eles se barbeiam porque querem se sentir mais limpos e serem promovidos nos trabalhos. Vendo isso, eles mudaram a forma de abordar o público. A Gillette é a mesma, mas a demanda é diferente”, diz.

Obstáculos

De acordo com Kash, uma vez que a empresa está conscientizada sobre a importância de ter foco na demanda, para, depois, criar o produto, ela poderá enfrentar alguns desafios. O primeiro deles é saber qual a demanda mais interessante e onde está o público com maior potencial de lucro. Nem sempre o modelo de empresa que “tem tudo para todos” é bem-sucedida, portanto o conhecimento sobre o alvo é essencial.

Além disso, o autor afirma que não adianta saber o que o consumidor quer, sem ter produtos exclusivos, diferentes da concorrência, pois é isso que vai destacar a companhia das outras. A necessidade de criar novos produtos a partir da identificação da melhor demanda leva a empresa ao terceiro desafio, que é de envolver todos os setores no processo. “Se uma companhia adota o modelo de negócios voltado para a demanda, é preciso que toda ela esteja envolvida, não apenas um ou outro departamento, como de marketing e vendas”, afirma. Sem esse engajamento, a satisfação do cliente pode não ser completa e dificilmente o negócio se tornará, de fato, um vencedor.

McDonald's vai contratar 50 mil funcionários em um dia nos EUA

A rede de fast-food McDonald's anunciou nesta segunda-feira que no dia 19 de abril buscará contratar até 50 mil funcionários nos Estados Unidos, tanto para vagas em horário parcial como integral nos mais de 14 mil restaurantes do país.

"Nosso evento de contratação nacional é uma oportunidade para convidar pessoas de todo o país a se unirem a nossa equipe, e a aprenderem que um 'McJob' é um trabalho com crescimento profissional e infinitas possibilidades", disse a presidente do McDonald's EUA, Jan Fields, segundo um comunicado da empresa.

A maior rede de fast-food do mundo, com cerca de 1,7 milhão trabalhadores, poderia elevar de 650 mil para 700 mil o número de funcionários que trabalham em seus estabelecimentos no país.

"Os funcionários de nossos restaurantes são o fundamento de nossa empresa. Eles são os homens e as mulheres que interagem com nossos clientes todos os dias, melhoram a experiência do McDonald's e continuam ajudando a fortalecer nossa empresa", acrescentou Fields, que começou sua carreira na companhia como funcionária em uma das lojas.

A rede de fast-food acrescentou que, se contratar 50 mil novos trabalhadores, aumentará suas despesas em salários em US$ 518 milhões em 2012.

terça-feira, 5 de abril de 2011

Nielsen mostra a cara do nordeste

O consumidor do Nordeste está em plena transformação. A região vive um círculo virtuoso que tende a continuar pelos próximos dois anos. Segundo o presidente da Nielsen, Eduardo Ragasol, o círculo virtuoso vem dos investimentos públicos e privados – do bolsa família aos investimentos em infraestrutura ao investimento grandes empresas como Fiat, Nestlé, Danone. Brasil Foods, Bauducco, Kraft Foods, AmBev.

Embora ainda tenha metade da pobreza do Brasil, o consumo de 130 categorias de produtos cresceram no nordeste 40% enquanto no Brasil a média de crescimento foi de 26%. A velocidade de consumo no Nordeste foi cinco vezes maior do que a média nacional. No Nordeste, 64% do consumo vem de consumidores de baixa renda, enquanto no Brasi 36% do total do consumo vem deste segmento. No Nordeste as famílias são maiores, há mais crianças, as donas de casa são mais jovens.

Segundo o estudo da Nielsen, o estilo de vida predominante é conformado e trabalhador. O principal drive de consumo é a vantagem: o nordestino busca preço e promoção. Entre as características locais, estão a força da venda porta-a-porta. “O consumidor nordestino é diferente, porém é dinâmico. Caminha para se tornar cada vez mais consciente”, diz Ragasol.

O estudo da Nielsen apontou ainda que o peso da cesta básica no Brasil é maior no Nordeste do que no restante do país. Se o uísque é a 37ª categoria em valor no país, no nordeste á a 15ª. As categorias mais fortes são bebidas alcoólicas, mercearia doce, higiene e beleza, água mineral, iogurtes e refrigerantes.

Os produtos que obtiveram maior crescimento no último ano foram cervejas (34%), refrigerantes (17%), água (4%), leite em pó (3%), aguardente (3%), fraldas e desodorantes (2%). “As categorias mais fortes tiveram bons investimentos e ações competentes dos players, por isso se desenvolveram.

Nas categorias mais fracas, há falhas das empresas, que não estão sabendo trabalhar”, comentou Ragasol. É o caso, por exemplo, de sucos prontos, amaciantes, papel higiênico e maionese. Segundo o estudo, há muita força no pequeno varejo. Entre as peculiaridades do Nordeste está a força das marcas regionais, que dominam por exemplo 87% das vendas de água, 68% das vendas do café em pó, 63% das vendas de aguardente e 57% do mercado de biscoitos nordestinos.

Quatro destas marcas líderes no Nordeste são líderes nacionais. “As marcas regionais souberam trabalhar. Souberam estabelecer preço e embalagens adequadas, e 57% delas são predominantes na classe C”, apontou Ragasol. Para provar que o consumidor está se desenvolvendo, o estudo apontou quatro tendências: a sofisticação do consumo (busca por marcas premium/diferenciação), a tendência à indulgência, o crescimendo da cultura do faz bem (cultura do bem-estar) e a busca da conveniência (busca por produtos que supram a falta de tempo).

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Celulares Nokia Windows podem começar a ser vendidos em 2012

As conversas entre a Nokia, maior fabricante mundial de celulares em volume, e a Microsoft em um negócio de softwares estão dentro do cronograma e um grande número de aparelhos com Nokia Windows pode ser vendido em 2012.

"As negociações estão progredindo muito bem. Elas serão concluídas dentro do previsto", disse Kai Oistamo, líder de desenvolvimento corporativo da Nokia, nesta segunda-feira.

As duas companhias assinaram um acordo não-vinculativo em 11 de fevereiro, para que a Nokia começasse a utilizar softwares da Microsoft na sua plataforma de smartphones.

O presidente-executivo da Nokia, Stephen Elop disse em fevereiro que levaria pelo menos dois meses para que um acordo fosse assinado.

O longo processo de negociação levou analistas a questionarem se a parceria produziria resultados rápidos. Alguns analistas disseram que as conversas poderiam ser concluídas até o final de abril, quando a Nokia planeja iniciar as conversas sobre o corte de empregos previsto no acordo.