quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Samsung busca alternativa ao sistema Android

Pressionada pela compra da Motorola pelo Google e pela derrota contra a Apple nos tribunais, a Samsung pode desenvolver mais uma alternativa ao Android 

Tablet Galaxy Tab 10.1, da Samsung

Galaxy Tab 10.1, com Android: a compra da Motorola pelo Google teria convencido a Samsung a investir em mais um plano B

A Samsung está se juntando a outros fabricantes coreanos para desenvolver um sistema operacional para smartphones alternativo ao Android. Quem diz isso é o ministro de inteligência econômica da Coreia do Sul, Kim Jae-Hong, numa declaração divulgada pela agência de notícias coreana Yonhap. Segundo Jae-Hong, a Samsung, inicialmente, não se interessou pela proposta, mas mudou de ideia depois que o Google divulgou que está comprando a Motorola.

O governo coreano, que lidera a iniciativa, pretende lançar o projeto do novo sistema operacional até o fim do ano. Jae-Hong dá a entender que a LG também poderá fazer parte do consórcio. A Samsung é a segunda maior fabricante de celulares do mundo, com 16% de participação no mercado. A LG é a terceira, com 6%, segundo o Gartner Group. Juntas, elas teriam porte suficiente para popularizar o novo sistema – isso se conseguirem administrar a histórica rivalidade entre elas.

Até agora, não houve nenhum comunicado oficial dessas empresas sobre isso. E, como mostra a história da fabricação do iPad no Brasil, declarações de políticos nem sempre se realizam. Mas é bom observar que a Samsung, um dos principais fabricantes de aparelhos com o sistema Android, do Google, enfrenta uma briga duríssima contra a Apple.

O processo da Apple

A turma da maçã acusa a empresa coreana de copiar o iPad e o iPhone. A Samsung amarga derrotas importantes nos tribunais europeus. E, até agora, o Google parece ter se mantido quieto, sem oferecer apoio significativo à sua parceira. A isso, junta-se o temor de que o verdadeiro plano do Google para a Motorola seja tornar-se uma nova Apple, assumindo uma posição de destaque como fornecedor de smartphones e tablets.

Nesse cenário, a Samsung tem razões de sobra para evitar colocar todos os seus ovos na cesta do Android. Mas o fato é que ela já tem outras alternativas. A empresa coreana fabrica smartphones de baixo custo com seu próprio sistema Bada e também tem modelos com o Windows Phone, da Microsoft. No passado, ela já licenciou o Symbian, da Nokia, e o LiMO, uma variante do sistema Linux para dispositivos móveis. E houve até notícias dizendo que ela estaria interessada no WebOS, da HP.

A Inq adota o Windows Phone

Por enquanto, nenhum fabricante importante deu sinais de que pretende reduzir seus investimentos no Android. Mas há pelo menos uma empresa de menor porte, a britânica Inq, que já declarou que pode abandonar o sistema do Google. Numa entrevista ao site GigaOm, Frank Meehan, presidente da Inq, disse que o custo do Android cresce à medida que empresas detentoras de patentes passam a cobrar royalties pelas tecnologias existentes nele.

Por ser o sistema operacional mais usado em smartphones, o Android é o alvo número um dos processos por violação de propriedade intelectual. Hoje, a Inq só vende smartphones com Android. Mas seu próximo modelo poderá usar o Windows Phone. “A vantagem é que, no Windows Phone, os problemas legais e os custos resultantes deles parecem ser menores”, diz Meehan.

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Geração Z é mais conectada, fuma menos e lê pouco

Praticamente 100% dos jovens entre 14 e 19 anos participam de alguma rede social

Crianças usando computador

Geração Z: principal diferença entre as gerações está no uso que fazem da Internet, das redes sociais e da tecnologia

A Quest Inteligência de Mercado divulgou um estudo que analisa o mercado de diferentes faixas etárias. Foram ouvidas 600 pessoas na capital paulista, com idade entre 14 e 51 anos, para realização do “São Paulo em Foco: Gerações X, Y e Z”.

A pesquisa revela as diferenças e similaridades existentes entre essas três Gerações – X (32 a 51 anos), Y (20 a 31 anos) e Z (12 a 19 anos).

Os resultados mostraram que praticamente 100% dos jovens entre 14 e 19 anos (Geração Z) participam de alguma rede social, 75% usam celulares (16% navegam na Internet por esses aparelhos) e 60% se preocupam com a beleza do corpo e do rosto.

Paralelamente, a faixa etária entre 32 e 51 anos (Geração X) continua com assíduos leitores (55%) e os adultos entre 20 e 31 anos (Geração Y) mantêm o hábito de visitar os amigos (51%) e de consumir refrigerantes (52%). Os jovens da Geração Z, entretanto, leem menos (14% preferem jornais e 23% revistas).

“A principal diferença entre as gerações está no uso que fazem da Internet, das redes sociais e da tecnologia. Isso se reflete em seus hábitos de consumo, comportamento de compra e lazer”, explica Luís César Périssé, sócio-diretor da empresa e coordenador da pesquisa.

Segundo ele, a Internet promove grandes mudanças sociais e essas gerações têm sido os principais agentes de mudança, dependendo do seu grau de interação social, isto é, da sua capacidade de influenciar pessoas por meio de suas ações na web.

“São agentes de mudanças os que produzem e compartilham conteúdo na web e nas redes sociais: 61% no total das 3 gerações. Na Geração Z essa proporção se eleva para 79%, na Geração Y, 71%, e na geração X, 48%”, informa Périssé.

Para quem não sabe, o “Z” é a denominação comum daquilo que esses jovens fazem de melhor: zapear, saltando com desenvoltura da TV para o telefone; do videogame para alguma rede social na web; ou do MP4 para o e-book.

Esta controversa geração é consumidora voraz das novidades que o mundo tecnológico tem a oferecer, mudando de atitude tão rápido quanto uma mensagem no Twitter. Com o mundo 2.0 no DNA, é difícil imaginá-los vivendo da mesma forma que as gerações anteriores – sem telefone móvel, Internet, MP3, câmeras digitais ou tevê a cabo.

“Nascida sob os auspícios da estabilidade econômica, em um país com inflação de um dígito e governo democrático, a chamada Geração Z é um fenômeno que encanta e surpreende, pela sua enorme capacidade de assimilar as transformações tecnológicas em curso, neste mundo 2.0”, enfatiza o coordenador da pesquisa.

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Fazendo acontecer: da iniciativa à acabativa!

Você seria capaz de contar a história de uma partida de futebol, ou de uma novela, sem tê-la assistido? Pois é mais ou menos isso o que a maioria das empresas exige dos colaboradores: que se engajem na execução de estratégias sem participarem de sua concepção ou sequer terem sido adequadamente comunicados. Sem ter ao menos “assistido” ao jogo da formulação estratégica, a maioria dos gerentes não consegue fazer a conexão entre o seu trabalho no dia-a-dia e o rumo e objetivos da empresa. Para não falar dos outros que nem gerentes são…

As tradicionais definições do tripé Missão-Visão-Valores, que até serviram no passado para comunicar desejos estratégicos, têm hoje pouca utilidade prática. São frases bem feitas, socialmente corretas, mas sem alma. Continuam alimentando o problema que deveriam resolver – o crescente gap entre as estratégias inteligentes emanadas do topo e o cotidiano daqueles que deveriam executá-las.

São ferramentas como essas que perpetuam a clássica separação entre o pensar e o fazer — numa sinfonia perversa com os frios Business Plans e os mecânicos Balance Score Cards. Nesse modelo reside a origem da falta de comprometimento da maioria das pessoas, tornando-se o motivo pelo qual chegou o momento de utilizar metodologias as quais provocativamente chamo de Plano de Negócios com alma e de BSC com alma.

Recente pesquisa realizada pelo Instituto FranklinCovey com cerca de 2,5 milhões de executivos em vários países apresenta um resultado de tirar o sono: não mais do que 23% concordaram que “a estratégia e objetivos estratégicos são entendidos pelo empregados”. Mais grave: apenas 9% afirmaram que “as equipes de trabalho têm objetivos claros e mensuráveis”.

Pergunto: é esse o percentual de pessoas que não conhece a estratégia da sua empresa? Você está consciente do custo invisível disso? RH, não seria a hora de investir na formação de líderes que façam a gestão de pessoas de forma diferente, definindo causas estratégicas em conjunto com suas equipes?

Alguns líderes inspiradores têm conseguido transformar seus sonhos estratégicos em uma bandeira construída em conjunto com sua equipe de colaboradores, que, por isso mesmo, está comprometida em empunhá-la, superar obstáculos e transformar o sonho em realidade.

Infelizmente, eles são exceção. Muitos líderes brilhantes se satisfazem com o sonho, com “o que” precisa ser feito, e negligenciam o “como” fazer. Não são capazes sequer de despertar em si mesmos a determinação e a perseverança indispensáveis para cumprir as etapas que se impõem. Como poderiam, então, conseguir isso dos outros? Esses líderes acham que o seu papel é conceber e o dos outros, executar.

Fazer acontecer, em vez de apenas planejar, é o mantra dos líderes inspiradores. “Fazejamento” proporcional ao planejamento é o que faz a diferença. Sempre foi assim. Personagens que exerceram a liderança em momentos decisivos da história foram grandes líderes pelo que realizaram, não apenas por sua visão privilegiada.

Comprometimento com a acabativa* é conseqüência da maior participação na construção da causa, da estratégia, dos objetivos. Na hora da concepção, o lugar do líder é no centro, com as pessoas em torno de si; não na frente, com pessoas atrás de si. Na hora da execução, aí sim, o lugar do líder é na linha de frente — e não no back office.

Pensar e fazer juntos, líderes e liderados, é o segredo para transformar as iniciativas em acabativas!

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Como nasceram os pôneis malditos

Pôneis Malditos, campanha da Nissan

Nissan atinge trending topics do Twitter com sua campanha Pôneis Malditos

São Paulo - Os pôneis da Nissan já são famosos. Apenas três dias de exposição na TV e na internet foram suficientes para dar aos animaizinhos o topo dos assuntos mais comentados do Twitter no Brasil e no mundo.

As 72 horas serviram para que o público pegasse a mensagem que satiriza a potência dos motores rivais e para que os criadores da ação ficassem felizes à beça. Resultado de um insight brilhante? Não. Foco na diferenciação do produto, condição primária a ser levada em conta num planejamento publicitário.

Márcio Oliveira, vice-presidente de Operações da Lew’Lara/TBWA, agência responsável pela criação, explicou em poucas palavras o porquê de tanta mídia espontânea obtida por meio de um comercial: “Todo carro tem alguma coisa especial. E aí vem a pegada de humor, impacto e pimenta. Estamos vendo com os olhos do consumidor. Não quero brigar com a concorrência, o argumento é: ‘você quer uma picape de verdade, com cavalos, ou com pôneis no motor?’, questiona.

Embora a receita pareça óbvia, o mercado tem visto pouca coisa tão chamativa assim. Não é de hoje que a Nissan abusa de irreverência e polêmica ao adotar esta linha de comunicação.

Em parceria com a Lew’Lara, coleciona notificações do Conar, ao longo de meses, por conta do tom comparativo de suas campanhas. Mas agora a fase é outra, explica Oliveira.

Segundo ele, as alfinetadas do passado deram lugar ao planejamento que avalia o diferencial de cada produto da marca e o repassa ao seu público-alvo. “Antes a Nissan era desconhecida e agora atinge um outro patamar: o de mostrar porque ela é diferente”, observa.

A experiência obtida com o case que atualmente é o principal da carteira da Lew’Lara dá ao publicitário a condição avaliar o mercado. E criticá-lo.

"Falta coragem de fazer e aprovar, daí o mérito da Nissan em concordar com a ousadia”, diz em relação à falta de campanhas irreverentes como as da montadora.

Ele considera o movimento uma “epidemia”. “O cenário é propício: há falta de ousadia (no mercado), o filme tem recursos que funcionam ,como um jingle bem feito, e o material é de bom conteúdo e integrado ao Facebook. Tudo isso funciona como um vírus e as pessoas são os mosquitos que espalham”, brinca o vice-presidente de Operações.

A integração dos pôneis foi completa. Enquanto a campanha avisava os telespectadores sobre a nova brincadeira, outra corria em paralelo na internet.

A versão digital continha o complemento que acabou por ser o combustível da ação. O pônei que até então era “fofo” ficou amaldiçoado e pedia aos internautas que espalhassem o vídeo para 10 pessoas. Do contrário, a maldição faria com que a música “grudasse como chiclete” na mente de quem a ouviu. O vídeo já tem mais de 2 milhões de visualizações no YouTube.

Não se sabe se a maldição pega ou não, mas a redação já identificou quatro perfis no Twitter repletos de mensagens sobre os tais pôneis malditos.

Veja o comercial: