quarta-feira, 6 de junho de 2012

Com mais aplicativos, cresce o uso do celular para operações financeiras

Para pagar a conta de luz, o estudante de direito Daniel Barreto, 24, usa o celular. Também recorre ao aparelho para transferir dinheiro e para carregar seu smartphone pré-pago com créditos.

"Não me lembro quando foi a última vez em que fui ao banco para fazer qualquer coisa que não fosse tirar dinheiro. Isso, infelizmente, ainda não dá para fazer pelo celular", brinca.

     

Daniel começou a usar os serviços de "mobile banking" no ano passado, para checar o saldo de sua conta -operação utilizada, no último trimestre de 2011, por 13% dos brasileiros que possuem um telefone celular. Hoje, no país, são mais de 245 milhões de aparelhos ativos.

No início do mesmo ano, o índice era de 7%, segundo dados divulgados neste mês pela Acision, empresa que faz pesquisas do mercado móvel. Outro estudo, da empresa TNS, diz que, de 2010 para 2011, o uso de serviços bancários pelo celular subiu 110% no Brasil.

Gustavo Roxo, ex-diretor da Febraban (Federação Brasileira de Bancos) e sócio da consultoria global Booz & Company, diz que é provável que esse uso continue, em média, dobrando a cada ano. "As transações feitas por celulares e tablets devem ultrapassar as operações feitas por PCs e notebooks em cinco anos", completa Roxo.

Aplicativos bancários já têm funções que usam o GPS dos telefones para localizar agências ou que reconhecem o código de barras de boletos por meio da câmera. "Em breve não haverá diferença em acessar a sua conta pelo PC ou pelo celular", diz Roxo.

Bancos como o Bradesco e o Itaú ultrapassaram, em 2012, a marca de 1 milhão de aplicativos baixados. Tanto na App Store da Apple como no Google Play (antigo Android Market), dos cinco apps mais baixados na parte gratuita da categoria de finanças, quatro são de bancos.

NÃO TEM PERIGO?

Mas, afinal, informações financeiras inseridas e visualizadas em celulares e tablets estão seguras?

De acordo com Marcos Ferreira, especialista em segurança digital da empresa TrustSign, o mobile banking é até mais seguro do que o internet banking convencional. "No PC, as pessoas estão mais distraídas e executam mais tarefas, abrem mais arquivos. Isso aumenta a chance de existir algum malware que roube seus dados bancários", avalia o técnico.

"Os problemas estão, principalmente, nos sites falsos. Por isso é importante digitar corretamente o endereço de seu banco", diz Ferreira.

"Também é essencial não acessar a conta de redes sem fio abertas, que são menos seguras, e não deixar que o sistema grave suas senhas, para não dar acesso à sua conta caso o aparelho seja perdido", completa Ferreira.

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FIQUE ESPERTO

1) Para baixar os aplicativos bancários, acesse a loja de apps em seu smartphone e busque pelo nome de seu banco;

2) Se o banco não tiver um app para seu sistema, acesse o site da instituição no navegador do celular; quase todos têm um site adaptado a dispositivos móveis, em que é possível fazer operações;

3) Alguns bancos pedem que o cliente autorize o uso do celular ou do tablet antes de permitir as operações. Procure pela opção no site ou no caixa de seu banco;

4) Não deixe que sua senha fique armazenada automaticamente no aparelho --em caso de perda ou roubo você pode ter suas informações bancárias comprometidas;

5) Todos os bancos citados acima possuem avisos via SMS, ou seja, você pode receber mensagens sobre as movimentações de sua conta ou sempre que seu cartão for usado.

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